Eu sou mesmo essa mulher intempestiva, criativa, desorganizada, com um
pouco de falta de foco (para algumas coisas, talvez!), ativa e que
"PRE-CI-SA" (precisava) achar que está tudo sob controle, por isso
tenho (e continuarei tendo) agenda, quadro de aviso, alarmes no celular e por
aí vai.
Mas, quem vive, e todos nós vivemos, e isso é óbvio, ohhh... ok,
continuemos! Sabemos que por mais que tentemos nos organizar sempre ocorrerão
imprevistos. Serão os 20 minutos de atraso no trânsito (estão fazendo protesto
até por causa de um buraco em formato de y da rua z) ou a chave do carro do
marido que você levou sem querer na sua bolsa ou a chave de casa que ficou na
mesa da sala do trabalho ou o dinheiro que você ia pagar a conta de luz que
ficou no bolso da calça que você estava vestindo ontem etc.
Todos nós sempre estamos sujeitos aos mais diversos imprevistos. Ok,
alguns dirão, ah, isso é desorganização! Eu concordo! Mas, meu caro amigo, com
a quantidade de atividades a serem realizadas e de informações que você recebe
atualmente se torna muito difícil você ter um planejamento infalível e um
cérebro executor perfeito da sua agenda, bloco de anotações e quadro de avisos!
Mas, até aí tudo bem! Prazos devem ser cumpridos, quando possível,
negociados. Quando não conseguimos executar as atividades na data prevista ou
ir para aquela aula ou reunião no máximo, receberemos alguma
penalidade, que pode ser bem dura, eu sei. Nem sempre o mundo
cooperativo/educacional é tão compreensivo, o que lamento muito, pois somos
pessoas e não metas a serem cumpridas. Mas, nada que não possamos lutar e
recuperar! Ok? E onde você quer chegar? Simples! A gerencia dos nossos
compromissos, casa, família, lazer etc, nos dão a falsa sensação de termos o
controle das nossas vidas.
Nesta semana eu estava com a agenda cheia de compromissos profissionais,
comunitários e pessoais, metas a serem cumpridas e uma série de outros
planejamentos, que eu propusera. O que fiz? Praticamente nada!
Na terça-feira, teria uma agenda cheia, reuniões, artigos etc.
Pela manhã, já saí de casa um pouco mais tarde do que eu gostaria, peguei
muito trânsito, pois haviam interditado a Br 316. No caminho para o trabalho,
recebi a notícia do falecimento de uma pessoa muito querida, que havia
encontrado na quinta-feira. Fiquei sem chão. Lembram dos
imprevistos? Das penalidades quando não cumprimos metas ou algum
compromisso? Pois é! Só que neste caso eu não poderia correr atrás de nada para
recuperar o dano. Dói tanto! Gente, como dói! E, por muitas horas, fiquei sem
saber o que fazer. O que sentir. Organizei algumas coisas externas, enquanto
por dentro estava tudo remexido. Aí, Deus veio me lembrar: - ei, EU estou no
controle! Corre para a maternidade Pedro Paulo vai nascer! E, na mesma
terça-feira, depois de receber colinho da minha família (obrigada!), almoçar às
19h, Neto e eu corremos para a maternidade, para celebrar o dom da vida! Nosso
afilhado veio ao mundo com muita saúde! Quanta alegria invadiu nossos corações
naquele momento! E não estava na agenda!
Nos dias em que se seguiram fomos ao velório e à casa dos nossos
compadres e afilhado. Ontem recebemos mais uma triste notícia e daqui a pouco
iremos dar um abraço em um casal de amigos que se despedem de um tio. É claro
que a ausência dói, é claro que a dor de um amigo é também a nossa,
gente, dói mesmo! É claro que o dom da vida deve ser sempre celebrado,
partilhado e vivenciado! E a alegria de um amigo, ahhhhh... essa também é a
nossa! Mas, também é claro que precisamos nos permitir ter tempo na agenda, nos
alarmes, nos quadros de avisos para vivermos tudo isso.
E quer saber? Não conseguirei superar nenhum obstáculo profissional,
pessoal, afetivo, comunitário, qualquer um que seja sozinha. Posso colocar no
celular, estabelecer metas, desenvolver um aplicativo, escrever em um papel, na
agenda, posso fazer tudo isso, mas se eu não entregar à Deus o controle da
minha vida, todo o meu esforço de organização e tentativa de definição de
prioridades terá sido em vão.
Portanto, sugiro que por ora, paremos por um instante de
sofrer por não termos realizado e aproveitemos esse dia para amar! Finalizo com
essa frase de Santo Agostinho “A angústia de ter perdido, não supera a
alegria de ter um dia possuído” .
Naíza
Sá.
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